13 de dezembro de 2012

SEMANA DA CONSCIÊNCIA NEGRA EM TANABI



Capoeira de Tanabi Trabalha para desenvolver esta Consciência na Rede Publica de Ensino


A capoeira de Tanabi mobilizou toda a rede de ensino publico com palestras e apresentações de matrizes africanas traçando junto a comunidade uma semana de vivencia e reflexão em favor da VALORIZAÇÃO CULTURAL. Foi com a nossa CULTURA POPULAR BRASILEIRA, a capoeira, que tivemos condições de acessar a nossa juventude e desta forma discutir temas como: O PRÉ-CONCEITO gerado pela nossa sociedade que tendenciosamente rotula quaisquer atividades afrodescendentes; A consciência do EU CULTURAL reconhecendo a nossa cultura oriunda do legado africano e suas variações; A MITOLOGIA AFRODESCENDENTE com sua filosofia e visão de mundo, dentre outras tantas atividades deste rico legado que herdamos da sabia e magistral MÃE AFRICA! “Trabalhamos para aproximar de modo simples e singelo nossas heranças culturais da consciência de nossa juventude de modo a eliminar velhos tabus!”


Comemorarmos a morte de Zumbi dos palmares no dia 20 de novembro é simplesmente reforçar um conceito escravista que a sociedade, dita como “brancos” vem se sobrepondo e subjugando os ditos “não brancos”. Neste dia não comemoramos uma derrota, mas sim o inicio de uma jornada épica, de valorização cultural em nosso País! Ideia, que vale a pena ressaltar, veio realmente à tona após a publicação de Casa-Grande & Senzala de Gilberto Freyre, livro publicado em 1933, como narram alguns historiadores que até então o Brasil não produzia Cultura, ou melhor, não olhava para sua própria cultura. O dia da consciência negra vem ilustrar nosso calendário a partir da década de 1960. Isso mostra o quanto a desvalorização cultural vem depredando nossos conceitos, nos deixando levar desde o inicio por qualquer mimo colonial, antes por Portugal e a Europa extrativista, hoje USA. Trabalhar para desenvolver CONSCIÊNCIA se faz mais que necessário pois um “povo sem cultura é um povo sem identidade”, talvez não ter identidade seja confortável aos olhos da sociedade escravista e dominadora. A maior luta da capoeira não era para escapar do chicote do feitor, tão pouco para criar uma arma através de chutes e rasteiras, mas foi e continua sendo uma luta de RESISTÊNCIA CULTURAL onde a maior batalha está em manter vivas as tradições, a sua liberdade de expressão! Dizia o patrão: Que isso negro? É nada não sinhô, isso é dança do nego! Respondia o negro. Criava- se ai a maior malandragem, a da sobrevivência, estamos falando do sincretismo... Afinal, Zumbi realmente morreu?! A historia que é distribuída não foi escrita por quem realmente a viveu, mas por quem simplesmente prestava-se a escrever e na maioria das vezes discorria de maneira tendenciosa.

A capoeira esteve presente dede o nascimento do Brasil, servindo de veiculo antiescravista tanto para os nativos indígenas quanto para os africanos cativos, defendendo nosso país em guerras como a do Paraguai, alavancando revoluções políticas como na revolta da vacina e outras tantas, sofrendo perseguição sendo considerada crime, taxada como vandalismo... E hoje vem mostrando seu valor servindo de instrumento pedagógico, gerando desenvolvimento sociocultural. Por onde quer que passa traz consigo a bagagem de um Brasil que viveu (e sobreviveu), mesmo sem saber escrever, munido de muita garra e determinação.


Existem muitas pessoas que ainda hoje subjugam as manifestações populares como inferiores e sem qualquer valor em uma sociedade ilusoriamente elitizada (Branca).Triste é ver que, em um país tão diversificado quanto o nosso ainda existem tais pensamentos. Lutar para desenvolver consciência, mostrar o valor de nossa causa "Isso é tradição, isto é Capoeira”, lutar para vencer pré-conceitos, fazer-se valer em meio a tantas adversidades como verdadeiros sentinelas de nosso legado cultural!

MOSTRAR QUE A LUTA DE LIBERDADE CONTINUA AINDA HOJE E POR ISSO ZUMBI AINDA VIVE!


Gostaríamos de agradecer primeiramente a Secretaria da Educação e Cultura que nos ofereceu o suporte necessário para esta jornada, a Secretaria de Assistência Social, ao Ponto de Cultura Raízes Cultural, a toda direção e funcionários das unidades escolares,os quais se disponibilizaram em nos acolher e de maneira muito especial a toda equipe: direção, docentes, funcionários e alunos da E. M. Antonio Soares que assumiu com a gente esta caminhada... Muita gratidão a todos que nos apoiaram e também a aqueles que não, pois estes nos fortificaram e nos obrigaram a nos preparar ainda mais para esta jornada... Asé muito Asé a todos malungo! 
Prof Altair

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